Discurso Direto - Marca Cereais de Qualidade - Entrevista a José Maria Rasquilha

Já é possível comprar pão, massas e bolachas confecionados exclusivamente com “Cereais do Alentejo” em várias lojas do país, mas a marca só agora foi registada pela ANPOC e oficialmente apresentada a 31 de Maio, em Monforte. A ambição dos seus promotores é certificar 10.000 toneladas de cereais, abrangendo uma área cultivada de mais de 3.300 hectares, e gerar um volume de negócios de 2,5 milhões de euros no período de dois anos.

 

 

 

 

Marca “Cereais do Alentejo” quer certificar 10.000 toneladas

 

A marca “Cereais do Alentejo” existe há 3 anos, fornecendo a indústria nacional de farinhas para panificação, massas e bolachas alimentícias, e desde Abril o seu proprietário oficial é a Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais (ANPOC).

 

«Para registar uma marca com o nome de uma região tem de se provar que o seu detentor tem predominância ou comercializa a totalidade do produto dessa região. A ANPOC obteve o registo porque provou que representa a quase a totalidade das OP de cereais do Alentejo», explica José Maria Rasquilha, diretor da ANPOC e membro da Direção da Cersul – Agrupamento de Produtores de Cereais do Sul, uma das organizações filiadas na ANPOC.

 

A marca “Cereais do Alentejo” engloba todo o universo dos cereais praganosos usados na confeção de produtos alimentares e cerveja, desde o trigo mole, ao trigo duro, triticale e cevada para malte. «É praticamente a totalidade da gama dos produtos premium destas OP, ficam apenas de fora os cereais usados na indústria das rações para animais», acrescenta José Maria Rasquilha, esclarecendo que a venda de cereais com a nova insígnia é um exclusivo da ANPOC e das cinco OP suas associadas: Cersul, Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches, Cooperativa Agrícola de Beringel, GlobAlqueva e Procereais.

 

O pontapé de saída dos “Cereais do Alentejo” ocorreu na colheita de 2017, nesse ano foram vendidas 600 toneladas de cereais para pão e massas, em 2018 o volume transacionado ultrapassou as 5.000 toneladas, e nos próximos dois anos a meta da ANPOC é atingir 10.000 toneladas certificadas, abrangendo uma área cultivada de mais de 3.300 hectares, gerando um volume de negócios de 2,5 milhões de euros. «Ainda assim é uma gota no oceano, pois a maioria dos cereais usados na indústria alimentar em Portugal é importada», acrescenta José Maria Rasquilha, salientando que o sucesso da marca depende sobretudo da procura dos produtos finais pelo consumidor.

 

Na fase de arranque da nova marca, a ANPOC já celebrou um contrato com a Germen, uma das maiores empresas de moagem de cereais em Portugal, e com a Sonae para a comercialização de produtos produzidos com cereais do Alentejo.  A ANPOC assinou ainda um protocolo com a Cerealis e a Auchan também para a comercialização e uma parceria com a Cerealis para a produção das massas com o selo Cereais do Alentejo (edição limitada).

José Maria Rasquilha - ANPOC

José Maria Rasquilha | diretor da ANPOC

 


«A grande maioria dos produtores de cereais das nossas OP já cumpre as normas exigidas pela marca Cereais do Alentejo», José Maria Rasquilha


 

Produtores e indústria são auditados por uma entidade independente para atestar a autenticidade do produto, desde a semente dos cereais até à sua transformação em pão, massas, bolachas, cerveja ou baby food. «A grande maioria dos produtores de cereais das nossas OP já cumpre as normas exigidas pela marca Cereais do Alentejo, nos aspetos qualitativo, de rastreabilidade e certificação da produção», garante José Maria Rasquilha. Estão em causa regras como a Produção Integrada, a utilização de semente certificada ou integrada na Lista de Variedades Recomendadas, entre outras.

 

Ao criar uma marca única, que une produtores, investigação e indústria dos cereais, a ANPOC está a dar um primeiro passo para inverter a dependência de Portugal perante os mercados internacionais, tornando o setor mais atrativo ao investimento. Nos últimos 30 anos, a área de produção de cereais em Portugal baixou de 900 mil hectares para cerca de 200 mil hectares.

 

Plantação de Cereais

Pão de Cereais do Alentejo

Pão de “Cereais do Alentejo” numa das cadeias de supermercados que já comercializa produtos da marca

 


A marca “Cereais do Alentejo” une produtores, investigação e indústria dos cereais


 

A criação da marca surge na sequência do lançamento da Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais em Portugal, coordenada pelo Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral e na qual a ANPOC teve intervenção, mas também num contexto em que a segurança alimentar e a saúde pública têm vindo a tornar cada vez mais exigentes normas que garantam a proveniência dos produtos agroalimentares.

 

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