Projeto europeu explora potencial do tremoço

A Lusosem é parceira num consórcio europeu que quer dar nova vida ao tremoço, aproveitando na íntegra as potencialidades da planta e do fruto para alimentação humana e animal, produção de prebióticos e como fonte de biomassa.

 

 

Libbio, o novo projeto europeu para o desenvolvimento do tremoço

 

O LIBBIO é um projeto europeu de investigação aplicada para melhoramento, multiplicação e produção do tremoço dos Andes (Lupinus mutabilis) e desenvolvimento de novos processos de transformação industrial, com vista à obtenção  de produtos para alimentação humana e animal, produtos não-alimentares, e biomassa a partir desta leguminosa.

Baseado no conceito da Bioeconomia*, o LIBBIO aposta no tremoço como opção cultural para ocupação de terras marginais na Europa, atendendo às suas características de reduzida  necessidade de fertilização e elevada capacidade de fixar azoto no solo.

O consórcio envolve 14 parceiros, entre investigadores de centros públicos e de empresas privadas, oriundos de oito países europeus. Portugal é representado pela Lusosem e pelo Instituto Superior de Agronomia.

Na fase de obtenção e melhoramento da semente, os investigadores deverão selecionar variedades de tremoço (não-OGM) com elevado rendimento em silagem ou em semente, contendo mais de 20% de teor em óleo e mais de 40% de teor proteico.

O recurso a modernas tecnologias moleculares permitirá acelerar o processo de obtenção das variedades.

No campo, o tremoço dos Andes será produzido como cultura de Primavera-Verão nos países do Centro e Norte da Europa e como cultura de Outono-Inverno nos países do Mediterrâneo, entre os quais Portugal.

 

*Bioeconomia é uma economia inovadora com baixas emissões, que concilie as exigências para a agricultura sustentável e a pesca, segurança alimentar, e o uso sustentável dos recursos biológicos renováveis para fins industriais, assegurando ao mesmo tempo a biodiversidade e proteção ambiental

 

Tremoço fonte de biomassa

 

O projeto inclui  o desenvolvimento de novas tecnologias de transformação do tremoço à escala pré-industrial que visam retirar maior valor acrescentado do tremoço enquanto fonte de biomassa. Os cientistas deverão isolar e caracterizar os diversos componentes desta leguminosa - nomeadamente óleos, proteínas, alcaloides, fibras solúveis - e avaliar o seu potencial de utilização no fabrico de diferentes produtos.  No final do projeto esperam obter protótipos de novos produtos que poderão ser desenvolvidos à escala industrial pelas empresas que integram o consórcio.

Serão avaliados o impacto ambiental e socioeconómico da cultura do tremoço em explorações agrícolas, a viabilidade tecnológica e rendimento industrial do mesmo como matéria-prima para biorrefinarias.

O LIBBIO teve início em Outubro de 2016 e deverá prolongar-se até 30 de Setembro de 2020. O custo do projeto é estimado em 4,9 milhões de euros, sendo o financiamento assegurado por fundos comunitários do Horizonte 2020, geridos pela parceria público-privada Bio-Based Industries Joint Undertaking. Esta reúne instituições públicas e representantes da bioindústria europeia e tem por objetivo reduzir a dependência da UE face à energia de origem fóssil, através de tecnologias de biorrefinação que transformem recursos naturais renováveis em produtos, materiais e combustíveis verdes.

A próxima reunião do consórcio decorrerá a 4 e 5 de Abril na Grécia para follow up dos trabalhos e objetivos definidos.

 

LIBBIO arrancou em Reiquiavique

 

A primeira reunião do consórcio decorreu na capital da Islândia, a 10 e 11 de outubro,  com 19 participantes de 13 entidades parceiras. De Portugal estiveram presentes Filipa Setas e Gonçalo Canha, do Departamento de Desenvolvimento da Lusosem, e os investigadores João Neves Martins e Ricardo Ferreira, do Instituto Superior de Agronomia. O primeiro dia de reunião foi dedicado à planificação do trabalho do projeto e no segundo dia o grupo visitou o Departamento Islandês de Conservação do Solo, em Gunnarsholt, que estuda o tremoço e outras plantas como ferramenta na recuperação de terras marginais. Foi também visitado um agricultor, produtor de cevada, trigo e colza, na localidade de Thorvaldseyri, que está interessado em produzir tremoço para rentabilizar algumas terras muito pobres (à base de cinza e areia) e sujeitas a baixas temperaturas e geadas na Primavera.

 

"Este projecto foi financiado pela Bio-based Industries no âmbito do programa de investigação e inovação da União Europeia, Horizon 2020, no decorrer da convenção de subvenção Nº 720726"

 

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