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A Distribuição é um veículo fundamental na divulgação da tecnologia e da informação geradas pelas empresas fabricantes para o agricultor. Por diversas razões (iberização, etc), as empresas multinacionais, fabricantes de fatores de produção, estão a afastar-se cada vez mais do nosso mercado, o que gera maior responsabilidade à Distribuição como interlocutor dos agricultores.
O agricultor alentejano deveria ser um caso de estudo, quer pela sua capacidade de reagir a adversidades, quer pela sua capacidade de se adaptar a novas culturas e novas tecnologias, passou com enorme facilidade do sequeiro para o regadio. As novas culturas não assustam e, uma vez mais, a Distribuição é fundamental neste contexto, pelo papel que lhe cabe na transferência de know-how para o agricultor. Estamos muito confiantes de que as novas culturas possam ser alternativas viáveis para a Agricultura do Alentejo.
Infelizmente não são. Os nossos agricultores são dos melhores a produzir, mas não estão minimamente preparados para vender. A grande maioria das OP, com raras exceções, não foram formadas com o objetivo de criar valor ao produto dos agricultores seus associados e na realidade este fator é fundamental, tal como criar escala para aumentar a capacidade de negociação. Hoje em dia, na agricultura temos que primeiro saber vender e depois produzir aquilo que o mercado procura. O maior problema de Portugal é que não sabemos vender…
As nossas explorações têm custos de produção mais elevados e produtividades inferiores às dos seus concorrentes europeus, pelo que só criando valor às commodities é possível competir. Temos dois exemplos bem sucedidos nos cereais: a cevada dística nacional, cuja qualidade é reconhecida pela Maltibérica e compensada com um acréscimo de preço face à cevada importada, e os trigos melhoradores, onde a Agrobeja e a Cersul têm vindo a trabalhar há uma década, com bons resultados. São trigos com nível de proteína superior a 14, com W entre os 300 e os 400 (…) os critérios de valorização vão além da tonelada/hectare.
Sou um apaixonado pelas culturas anuais e acabo por perder algumas discussões internas! Os cereais estão perder espaço, devido aos baixos preços nos mercados internacionais e é assustador olhar para os elevados investimentos realizados por muitos agricultores em pivots, no pressuposto da rentabilidade do milho, e que agora não sabem o que fazer. Vejo com alguma preocupação a desmotivação geral à volta dos cereais. No Alentejo a sua conta de cultura é muito elevada – a água, os herbicidas anti-gramíneas, os adubos –, o que gera um problema de concorrência face à vizinha Espanha. Neste momento é muito difícil motivar os agricultores a fazer cereais. De qualquer modo, os cereais estão entre as 3 principais culturas da Agrobeja numa perspectiva de criação de valor à produção. Temo-lo conseguido porque trabalhamos em pequena escala.
A papoila é uma cultura de rentabilidade muito interessante para os agricultores e vai bem na rotação anual com os cereais. Há cerca de 1400 hectares de papoila instalados no Alentejo, este ano. O projeto da Macfarlan Smith é muito ambicioso, mas sustentável, o que é fundamental para a região.
Nas culturas perenes, o olival continua a ser uma aposta de futuro, e o amendoal e as fruteiras são oportunidades fantásticas para o Alentejo, com condições para dar competitividade aos agricultores alentejanos.
A Agrobeja quer ser uma empresa de referência no Alentejo. Desde o ano 2000, temos crescido em faturação e em notoriedade e é com muita satisfação e orgulho que vejo grandes investimentos realizados na região cujos primeiros contatos passam pela Agrobeja. Os nossos clientes já fazem os seus planos de sementeira connosco e discutem o futuro das suas herdades na nossa casa. Queremos que a Agrobeja seja a referência dos agricultores nas suas tomadas de decisão. Temos 6 técnicos com formação e experiência agronómica, um dos quais especializado em olival e vinha e outro muito focado na amêndoa. Com esta especialização, e prestando um serviço global de aconselhamento, pensamos estar à altura das exigências dos agricultores e da região.
As tecnologias aplicadas à agricultura poderão vir a ser uma nova unidade de negócio da Agrobeja (gestão da rega, gestão fitossanitária das explorações, etc). Em todo o caso, a nossa preocupação é desenvolver uma atividade responsável e sustentável, e por essa via, seguramente que cresceremos a par e passo com o Alentejo agrícola.
A Lusosem é um parceiro estratégico para a Agrobeja, por todas as razões conhecidas, mas as motivações profissionais valem muito. A Lusosem tem um Departamento de Desenvolvimento com pessoas muito conhecedoras de cada uma das culturas a que se dedicam e, em concreto no Alentejo, tem um técnico fantástico, com excelentes conhecimentos de campo e total abertura para trabalhar com a equipa da Agrobeja. Por tudo isto, o trabalho em parceria tem imenso espaço para crescer.
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