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Um dos momentos altos do colóquio foi a apresentação da Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais, um documento de orientação para os próximos 5 anos, que fixa como meta global atingir um grau de autoaprovisionamento em cereais de 35%, dos quais 50% no milho, até ao ano de 2022. Recorde-se que Portugal produz atualmente apenas 26% dos cereais que consome, uma das taxas de autoaprovisionamento mais baixas do mundo.
Luís Souto Barreiros, coordenador do Grupo de Trabalho para a Promoção da Produção Nacional de Cereais, revelou os pilares da Estratégia: «consideramos que é possível inverter a situação de crise que o setor atravessa através de medidas de reforço do papel das Organizações de Produtores na regulação do mercado e de apoio à inovação e à transferência de conhecimento, tendo a Política Agrícola Comum como principal instrumento de apoio à estabilização do rendimento dos agricultores e incentivo à produção de cereais».
Luís Souto Barreiros, coordenador do grupo de trabalho para a Promoção da Produção Nacional de Cereais
A Estratégia, que está a ser analisada pelo Ministro da Agricultura, propõe 22 medidas prioritárias que pretendem contribuir para um setor dos cereais mais forte e mais eficiente, com maior capacidade de resistência à volatilidade dos mercados, com capacidade de dar aos consumidores um produto de elevada qualidade, mais adaptado às alterações climáticas e que contribui significativamente para a proteção do solo, da água e da biodiversidade.
Por parte da indústria, João Monteiro, administrador da empresa Carneiro e Campos, disse que a via da diferenciação pela qualidade é a única hipótese para incrementar a rentabilidade dos produtores de cereais em Portugal. «As organizações de produtores devem ganhar massa crítica para fornecer de forma consistente a indústria com cereais de qualidade que sirvam de matéria-prima na elaboração de produtos diferenciados, com maior valor acrescentado», afirmou este industrial.
José Luís Lopes, presidente ANPROMIS
Luc Esprit, delegado da Associação Interprofissional Cerealífera Europeia, relatou o exemplo da Interprofissional Francesa dos Cereais, que realiza um extenso trabalho de promoção e de Investigação e Desenvolvimento, com um orçamento de 40 milhões de euros/ano, financiados através de uma quotização de 0,63€/tonelada cereal comercializado. «A Interprofissão é fundamental para dar corpo à estratégia de promoção da produção de cereais, que é liderada pelos produtores e acompanhada de perto pelo Governo», afirmou o responsável francês.
No painel sobre o mercado mundial do leite ficou patente que, apesar de o número de explorações leiteiras em Portugal ter diminuído 50% nos últimos 12 anos – são 8.000 atualmente -, as que restam são profissionais e eficientes. «Hoje em dia resta a nata da nata, muito capaz e resiliente, apesar de envelhecida, descapitalizada e desmotivada», disse Pedro Pimenta, diretor da ANPROMIS e produtor de leite na região Centro.
Pedro Pimenta, presidente da Cooperativa Agrícola de Coimbra
Para este dirigente associativo as soluções para manter a competitividade dos produtores de leite e ultrapassar a crise, passam por uma redistribuição mais justa e equitativa do preço do leite na cadeia de valor do produtor ao consumidor; pela adoção de novas formas de venda nas grandes superfícies, que valorizem a qualidade da origem do leite e a sustentabilidade dos métodos produtivos e não com base em promoções constantes, e por uma comunicação continuada com o consumidor, sobre os benefícios do leite, apoiada na Ciência.
Portugal é autossuficiente em leite, mas tem dos consumos per capita mais baixos da União Europeia. «Vejo isto como uma oportunidade, porque na realidade somos importadores de outros produtos lácteos, onde há margem para apostar na transformação e abastecer o mercado nacional», disse David Gouveia do Gabinete de Planeamento e Políticas do Ministério da Agricultura.
Na sessão de encerramento estiveram presentes o Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas; o presidente da CAP-Confederação dos Agricultores de Portugal, Eduardo Oliveira e Sousa, e o presidente da Confagri, Manuel dos Santos Gomes.
O segundo dia do Colóquio foi reservado a visitas técnicas. A primeira ao Banco Português de Germoplasma Vegetal, em Braga, onde estão conservadas cerca de 2.000 variedades regionais de milho, o que constitui a 2ª maior coleção genética de milho do mundo. Uma amostra deste património nacional e mediterrânico foi transferida, no mês de Fevereiro, para o Svalbard Seed Vault, também conhecido como a “Arca de Noé”, um banco que alberga sementes de todo o mundo numa ilha norueguesa perto do Pólo Norte.
Banco Português de Germoplasma Vegetal em Braga
Amostras de variedades tradicionais de milho conservadas no Banco Português de Germoplasma Vegetal
A segunda visita decorreu à Sociedade Agrícola Teixeira do Batel, em Vila do Conde, uma exploração leiteira modelo, que gere um efetivo de mais de 1000 vacas, com elevados níveis de produtividade de leite, graças ao uso de tecnologia de ponta e a uma dieta alimentar equilibrada à base de milho.
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