Localize o distribuidor mais perto de si:
No painel da manhã dedicado à Proteção da Cultura, ficou claro que existem cada vez mais problemas de podridões associados aos tubérculos da batateira, devido ao aparecimento de espécies de bactérias mais agressivas para os seus hospedeiros. Um exemplo é a doença conhecida por “zebra chips”, detetada em Espanha em 2016, e cujo agente causal é a bactéria Candidatus Liberibacter solanacearum.
Trata-se de uma bactéria qua afeta a batata, transmite-se por um psilídeo e já está presente na região da Cantábria. Os tubérculos de batata infetados apresentam no seu interior manchas raiadas que quando se procede à sua fritura tornam-se mais pronunciadas, sendo a doença por este facto denominada de “Zebra Chip”. Também tem outros hospedeiros: tomate, cenoura, pimento, beringela, aipo. A Direção Geral de Alimentação e Veterinária – DGAV alerta os agricultores para estarem atentos e comunicarem aos serviços oficiais caso detetem situações suspeitas.
Outra bactéria que preocupa o setor da batata é a Erwinia carotovora, agente causal do pé negro da batateira, cujos sintomas típicos são a podridão húmida e mole da medula dos tubérculos, exalando um cheiro forte a peixe podre. Pedro Quintino, da empresa Agrifresh, alertou que a prevenção é a melhor estratégia, recomendando o uso de semente certificada, bem como evitar o corte da batata à sementeira, deixar secar a semente antes da sementeira e preferir parcelas bem drenadas, evitando sementeira com tempo húmido ou muito chuvoso.
Por seu turno, Maria José Cunha, investigadora da Escola Superior Agrária de Coimbra, alertou que a área de batata infetada com nematodes fitoparasitas tem vindo a aumentar em Portugal. «Por ação das alterações climáticas é provável que as infeções por nematodes das galhas radiculares e por nematodes das lesões radiculares venham a aumentar nos próximos anos», disse a investigadora. Relativamente aos nematodes de quisto da batateira, 7% dos campos monitorizados em Portugal, no âmbito do plano oficial de prospeção, mostraram sinais de infeção (dados de 2014).
A esta pergunta, os oradores da Mesa Redonda responderam que é preciso trabalhar com batata nacional o máximo tempo possível durante o ano. Manuel Patrício, produtor e comerciante de batata, garantiu que prefere a batata portuguesa à espanhola e que tenta abastecer-se no mercado nacional desde início da campanha até Outubro. Da parte da indústria de transformação, a Sociedade Industrial de Aperitivos (SIA) disse que compra em Portugal quase metade (20.000 ton de um total de 42.000 ton) da batata para fritar e garantiu que começa as compras da batata nacional em Janeiro. «Os agricultores portugueses são cada vez mais profissionais, a produção de variedades selecionadas é muito importante, mas é preciso investigar mais, gerir melhor, adotar as melhores práticas e ter uma cultura de rigor, para que possamos fazer ainda melhor», afirmou João Sanchez, administrador da SIA.
As indústrias de batata frita em Espanha e Portugal necessitam por ano de 300.000 toneladas de batata (matéria-prima), correspondendo as necessidades da indústria portuguesa a 60.000 toneladas. Para obter 1 kg de batata frita são necessários 3,2 kg de batata fresca.
Localize o distribuidor mais perto de si:
Rua General Ferreira Martins, n 10-9A
1495-137 Algés
Telefone: +351 214 131 242
Fax: +351 214 131 284
Chamada para a rede fixa nacional