«O trabalho realizado pela Lusosem é crucial»

Portugal integra a Rede Europeia de Ensaios de Milho LG dedicada ao estudo do Cephalosporium. Nicolas Chaffurin, International Sales Manager da Limagrain Europe, considera fundamental aprofundar o conhecimento sobre a doença e destaca o «contributo precioso» da Lusosem na experimentação de variedades tolerantes.

 

Entrevista a Nicolas Chaffurin

 

Qual a importância de Portugal como produtor de milho para a LG? Que perspetivas de crescimento para as variedades LG em Portugal?


Em comparação com outros países da Europa, Portugal é um pequeno produtor de milho, no entanto é um mercado onde a Limagrain está implantada há vários anos, com uma posição forte no segmento do milho grão. Existem oportunidades para desenvolver variedades LG tardias, tanto para grão como para silagem, conquistando maior quota de mercado em Portugal. A LG tem uma sólida gama de variedades tardias, nomeadamente, o LG 30.681, o LG 30.597 e o ANTISS, que têm demonstrado uma excelente performance ano após ano, dando provas da sua adaptação às condições edafoclimáticas de Portugal.

 

Como avalia o trabalho realizado pela Lusosem ao nível da experimentação e desenvolvimento das variedades LG em Portugal?


A experimentação e os ensaios de variedades são etapas fundamentais no lançamento da nossa oferta varietal. Permitem avaliar a adaptabilidade dos híbridos LG às condições locais e evidenciar a evolução genética das variedades. O trabalho realizado pela Lusosem é crucial. A rede de ensaios LG cobre todo o país, nomeadamente as principais regiões produtoras de milho, e é uma das mais completas em Portugal. Este ano iniciamos em Portugal uma rede de ensaios para estudar o Cephalosporium e outras doenças foliares, integrada na Rede Europeia de Ensaios LG. Trata-se do primeiro ensaio do género realizado em Portugal na cultura do milho, graças ao empenho da Lusosem. 

 

Integrar Portugal na Rede Europeia de Ensaios LG, em concreto na vertente do estudo do Cephalosporium é importante?


A Limagrin tem uma rede de ensaios por toda a Europa, em todos os mercados, que é de vital importância. Os ensaios em Portugal contribuem para alimentar a base de dados varietal europeia, reforçando a sua eficácia e o conhecimento varietal. No que se refere ao Cephalosporium, a LG está a realizar um estudo baseado em ensaios que decorrem em vários países do Sul da Europa, entre os quais a França, mas também na Turquia e em Israel. A integração de Portugal nesta rede de estudo ajudará a aprofundar o conhecimento sobre a doença por comparação com outras regiões afetadas.

 

A que conclusões chegaram através desta rede europeia de estudo sobre o Cefalosporium? O que é transversal nos diferentes países?


Terminámos agora o primeiro ano de ensaios a nível europeu, as conclusões serão globais. No entanto, reparamos que certas variedades se comportam de forma distinta face a esta doença foliar, consoante o país, o que nos leva a pensar que as estirpes da doença não são idênticas em todos os países. Por isso é necessário continuar a experimentação de modo a afinar a pertinência do estudo e melhorar o conhecimento sobre a doença. Aparentemente, o Cephalosporium tem um efeito muito nefasto desde que surge numa determinada parcela. Dependendo do país, bastam alguns dias para dizimar um campo de milho. O recurso a variedades mais tolerantes é sem dúvida a melhor forma de limitar o efeito devastador desta doença.

 

Que mais-valias pode a LG aportar ao mercado português em termos de conhecimento sobre o Cephalosporium?


Sabemos que o desenvolvimento do Cephalosporium depende de vários fatores: temperatura e higrometria, condições edafoclimáticas, histórico da parcela, variedade e rotação cultural. Além do aspeto conjuntural ligado às condições climáticas do ano agrícola, há determinados fatores que são relevantes para controlar melhor o Cephalosporium, nomeadamente a prática de rotação cultural, alternando milho com outras culturas e a utilização de variedades tolerantes. Demonstrámos que uma genética mais apurada do ponto de vista da tolerância pode contribuir para aumentar o stay-green até 15 dias, garantindo melhor produção até ao fim de ciclo e maior produtividade. 

Um dos fatores-chave na limitação desta doença é a melhoria genética das variedades. A Limagrin integrou a tolerância ao Cephalosporium e a outros tipos de fusarium como critério nos seus programas de seleção varietal. Conseguimos variedades mais tolerantes, entre as quais o novo híbrido LG 30.600, que trás melhorias significativas. Esta variedade está em desenvolvimento nos principais mercados do Sul da Europa. 

Trata-se de um trabalho de longo prazo e a LG está fortemente empenhada em obter híbridos cada vez melhor adaptados e portanto tolerantes. A Lusosem dá um contributo precioso nesta matéria, através da rede de ensaios em Portugal. Os beneficiários deste trabalho são no final de contas os agricultores portugueses que poderão dispor de variedades experimentadas nas suas condições locais.

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